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Marco regulatório da IA é aprovado no país através do Senado
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Documento define riscos e direitos do uso da tecnologia; proposta tramita para análise da Câmara dos Deputados
- Por Camilla Ribeiro
- 10/12/2024 22h26 - Atualizado há 1 semana
Nesta terça-feira (10), o Senado aprovou, em votação simbólica, a regulamentação da inteligência artificial (IA) no país.
No momento, o texto deve seguir para a análise da Câmara dos Deputados.
Alvo de debates ao longo da tramitação, a proposta teve seis versões do relatório apresentadas pelo relator, senador Eduardo
Gomes (PL-TO), o qual negociou várias mudanças para equilibrar o projeto com a oposição, o governo e representantes do setor de tecnologia.
Anteriormente a votação, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), e artistas se encontraram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Cantores, atores e autores apoiaram no encontro a preservação no projeto da remuneração dos direitos autorais, a qual discutida por integrantes da oposição.
A proposta foi aprovada na semana passada pela comissão temporária responsável pela análise do tema, após diversos adiamentos.
Inicialmente, a votação do texto no plenário seria no mesmo dia, porém, a pedido da oposição, a análise foi adiada para esta quarta.
Durante todo o tempo a votação foi travada na comissão por resistência da oposição, que contestava que a proposta restringia o desenvolvimento tecnológico e limitava a liberdade de expressão.
Ademais, o governo, apesar de apoiar o projeto, fez demandas conflitantes entre si, segundo o relator.
Ambos entraves atrasaram a análise da proposta, que também é alvo de interesse e pressão de plataformas digitais, as chamadas big techs.
A proposta define os riscos e os direitos associados ao uso e desenvolvimentos de IAs no Brasil.
Em seu relatório, o relator destacou que buscou conciliar a proteção dos direitos fundamentais e das condições para o desenvolvimento tecnológico.
Em tramitação desde o ano passado, a matéria é considerada prioritária pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é o autor do projeto principal analisado na comissão.
O texto teve foi baseado em um anteprojeto feito por uma comissão de juristas criada por Pacheco.
Inteligência Artificial
O projeto define os sistemas de inteligência artificial, de agentes de lA (desenvolvedores, distribuidores e aplicadores da tecnologia) e de "conteúdos sintéticos", imagens, vídeos, áudio e texto, os quais foram drasticamente alterados ou geradas por lA.
Além disso, é definido que o sistema de lA de "alto risco" é aquele com potencial para impactar de forma adversa pessoas ou grupos.
Sendo o caso de dispositivos utilizados no funcionamento de infraestruturas criticas; em processos de seleção e avaliação; na administração da justiça; em veículos autônomos em espaços públicos; na área da saúde e entre outros.
A proposta instituiu o Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA) e determina que ele será coordenado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
Um dos principais destaques do texto é a exigência de remuneração pelo uso de seus conteúdos protegidos por direitos autorais e direitos conexos.
Essa compensação deverá ser paga pelo "agente de lA" que utilizar os conteúdos no treinamento ou desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial.
O uso de conteúdos de imagem, áudio, voz ou vídeo que retratem ou identifiquem pessoas naturais pelos sistemas de lA deverá respeitar os direitos da personalidade.